Muitas pessoas enxergam a gripe como um simples resfriado – que causa sintomas muito semelhantes, de fato, mas tende a ser mais leve. Contudo, a doença pode evoluir de forma perigosa em pessoas mais vulneráveis, como os idosos e os bebês.
Os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza e mal-estar. Na maioria dos casos, o quadro melhora dentro de poucos dias. Quando a doença se agrava, no entanto, pode causar complicações como pneumonia e, em casos extremos, levar à morte. Por isso, a vacinação é tão importante – previne óbitos, complicações e ajuda a não sobrecarregar os serviços de saúde, que tendem a ficar sobrecarregados nas estações mais frias.
Mas quem já se vacinou no passado precisa tomar a vacina novamente? Com certeza. “Os vírus podem sofrer mutações ao longo do ano e é necessário que sejam feitas vacinas atualizadas de acordo com essas mutações”, explica Karen Morejon, infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Ou seja, a vacina tomada no ano passado não protege contra as novas cepas. Além disso, a proteção fornecida pela vacina cai de maneira progressiva seis meses após a aplicação.
Grupos prioritários
A vacinação da gripe no SUS é focada em grupos prioritários, que são as pessoas mais vulneráveis à doença. “A influenza tende a ser mais grave em pacientes que têm algum grau de imunodepressão, sejam eles pacientes oncológicos, transplantados, HIV positivos e também idosos, crianças e gestantes. Todos esses têm algum grau de imunossupressão e acabam sendo mais suscetíveis a essa infecção”, explica a médica.
Outro ponto importante é a diferenciação de diagnósticos. “Essas doenças apresentam quadros clínicos semelhantes e estar vacinado contra a gripe pode levar a menos confusão diagnóstica quando algum paciente chegar à emergência com esses sintomas. Somado a isso, é importante que nós estejamos protegidos para que não adoeçamos de uma influenza, por exemplo, e que nosso organismo esteja um pouco fragilizado e, em seguida, possa ser infectado por um outro agente, como a covid-19”, complementa Karen.
Vale lembrar que atualmente já é permitido tomar as duas vacinas no mesmo dia (antes, era necessário esperar um intervalo de duas semanas entre as doses).